terça-feira, 8 de maio de 2018

Dia da mãe

Acabo de ler um texto que fala de felicidade… O que é ser feliz?
Ui!! Um assunto demasiado complicado para se falar nele e, acho que é por isso que se fala tão pouco na felicidade e, consequentemente, naquilo que nos faz feliz. Com a idade as coisas tornam-se diferentes, e o “tema” felicidade vai ficando mais complexo. Antes dizia: “quando for grande vou ser feliz, vou ter uma casa, um carro, uma família, vai ser lindo e maravilhoso e vou ter dinheiro para fazer o que quiser”. Depois cresci… A felicidade é cara, muito cara… Achava que para ser feliz precisava de dinheiro, de muito dinheiro e para isso tinha de trabalhar muito, mas isso não me deixava feliz. Vivia num equilíbrio precário, entre o trabalhar em demasia e a vontade de ser feliz. Depois fiz trinta anos e o mundo fechou-se sobre mim, sentia-me profundamente triste, tinha tudo o que o dinheiro podia comprar mas era infeliz! E agora!? Onde tinha errado...? Em tudo!! A felicidade está nos momentos vividos e cada vez mais temos de tomar consciência desse facto.
Ontem foi dia da mãe e a felicidade esteve na sesta que fizemos, na alegria da prenda do dia da Mãe, no almoço com a família toda (quase toda), no carinho com que os filhos tratam as avós, no cabide que o Bruno colocou na cozinha e no coração cheio por ter uma família maravilhosa!


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

2 Anos

2 Anos!

 
O tempo passa a voar! Nasceu ontem e hoje já fala, corre, dança e canta. Tudo nela é expressividade, desde os beijos às "amigas " (que quem é dos Açores reconhece como sinónimo de abraços. Dar amigas é dar abraços!), passando por um cruzar de braços quando não quer, ou um "tchau" quando está pronta para ir passear. O meu sogro diz que ela tem personalidade, eu chamo-lhe teimosia. Como é teimosa esta minha filha. Sabe o que quer, de onde vem e para onde vai (ou pelo menos pensa que sabe!). Aprendi a ser mãe, a negociar. Educar a Madalena vai ser duro, não tenho dúvida disso, vai tirar-me do sério muitas vezes (já tira!). Por outro lado sei que tem uma personalidade de líder e vai deixar-me orgulhosa. 
 
Adora o irmão, é o seu ídolo! Tudo o que ele faz ela tem de fazer igual. Já tem uma bela coleção de nódoas negras. Quando me zango com ela é a ele que recorre, conta-lhe o que fiz ou o que lhe disse. Ele com toda a paciência do mundo dá-lhe uma "amiga", para confortar a ofensa da mãe.

Ser menina-mulher é duro, vou lutar ao lado dela contra todos os estigmas. Quando ouço a frase "Uma menina não faz isso!", fico furiosa, " Uma menina faz o que quiser e bem lhe apetecer". A Madalena terá ainda muito que desbravar, mas vou estar ao lado dela, sempre. 


 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Madalena

Há dois anos atrás estava no hospital. Tinham-me rebentando as águas às 8.00 da manhã, não tinha dores, mas fiquei internada por precaução. Fui passar o dia ao hospital. Jantei eram 20.00 e preparava-me para dormir. Não tinha dores, estava bem-disposta. Volta e meia aparecia uma enfermeira e perguntava “E dores?”, “Nada” dizia eu. Entrou médico, saiu médico, mudaram os turnos, e eu permaneci ali, deitada à espera. Sabia que a Madalena ia nascer, não sabia quando, estava calma. A previsão dizia que a bebé vinha dia 2 de Fevereiro. Apeteceu-lhe nascer mais cedo.
Era meia-noite quando as dores começaram, a enfermeira parteira foi uma companheira, ainda hoje me recordo dela, dizia-lhe “Vai ser uma bebé grande”, “Estamos aqui para ela” respondia-me. Senti-me acompanhada, segura.
 Foi um parto duro, sem epidural. Nasceu Madalena com 4,444 Kg e 53 cm. Era grande, muito grande. Depois dela sair estava tão cansada…
A médica esteve lá, bem-disposta a animar as tropas mas não houve necessidade de intervir nos procedimentos. No final apenas disse “Esta sra foi feita para parir. É um monumento a parir!”. Até hoje não percebi que se foi um elogio ou outra coisa qualquer. 

A Madalena nasceu às 5.20 da manhã, dia 24 de Janeiro de 2015…
 
 
 

domingo, 22 de janeiro de 2017

Língua Portuguesa

A minha professora de Língua Portuguesa era uma senhora muito à frente no seu tempo. Todas as semana éramos convidados a escrever um texto, "o texto livre"! A verdade é que muitas vezes, fazia uma poema para despachar, um poema também ele livre sem métrica, parecia-me ser mais fácil que o texto em prosa, pelo menos era mais rápido. Ocupava espaço, porque os olhos também comem, e ficava bonitinho para arquivar na pasta dos "Textos livres" da turma. Colocava uma bola verde de tarefa cumprida, e ficava toda feliz. Se me esquecia numa semana, já sabia que na semana seguinte tinha de fazer dois textos para entregar. Um colega ficava encarregue da contagem dos "textos livres" de todos.
Todas as semana tinha de conjugar um verbo em todas as suas formas verbais e arquivar na pasta da turma.
Todos os meses tinhamos de ler pelo menos um livro, fazer uma ficha de leitura, e um breve resumo.
Todos os meses apresentavamos um livro à turma.
Todos os período tínhamos um debate, cada um tinha as suas tarefas, moderador,  facção a favor ou a facção do contra.
Fizemos teatro, e foi tão giro. A peça foi apresentada no Teatro Angrense.
Eram assim as aulas de Português.
Não me recordo de haver correções, os textos estavam sempre bem, eram livres, o verbos apareciam sempre a verde e os livros, esses eram muitos. Não me lembro de ela reclamar de ninguém por não fazer, era mau ter uma bola vermelha. Os testes eram surpresa, chegava a aula e dizia hoje há teste. Separávamos as cadeiras e fazíamos o teste. Não me lembro de ninguém refilar.  
Falávamos muito, andávamos muito em pé, trabalhávamos muito em grupo. Eram boas as aulas de Língua Portuguesa. Parecia que não havia pressa de chegar a lado nenhum. Nunca se falou em exames ou em programas. Falava-se do telejornal, das nossas experiências, de livros e de atualidades.
Nem tudo corria bem, havia alunos com mais dificuldades, mas não se sentiam, não me lembro quem eles eram. Não havia distinção.
Hoje em dia, muitos haviam de se levantar contra a metodologia da minha professora de Língua Portuguesa. Eu, como professora levanto-me, mas para agradecer tudo o que ela fez por nós. 





sábado, 21 de janeiro de 2017

Bfachada

Gosto dos novos, que é como quem diz gosto muito da nova música portuguesa, nos novos talentos. E perdoem-me todos aqueles que não concordam comigo, mas a "crise" de 2011 trouxe-nos isso mesmo. O novo Portugal, o Portugal que gosta de si, que aprecia o que é feito por cá. Muitos são os nomes que me enchem de orgulho, "B fachada; Diabo na Cruz; Capicua; Cais Sodre Funk Connection; Noiserv; ...."


Vou conhecendo estes novos valores através da Antena 3, que me chega pelo rádio às 8.00 da manhã, no caminho para a escola. No outro dia ouvi um tema do B Fachada e como não podia deixar de ser, fui à procura. Fez-me lembrar os meus alunos... 


Tó Zé...













quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Adeus febre!

A febre já passou.

A febre deixa qualquer coração de mãe apertadinho. Começou sábado, ia e vinha 37...37,7. No domingo a febre manteve-se, mas chegou a tosse, e o ranho, muito ranho (desculpem-me os mais sensíveis). Na segunda-feira evoluiu e, à noite, já tínhamos 38,5. Ai o diabo a meter o rabo! Terça-feira de manhã 39! Bummm!!! E o coração de mãe bate desenfreadamente. O miúdo energético e bem disposto, que nunca se farta de fazer puzzles, ler histórias ou brincar aos touros, tem frio, pede um cobertor e quer ficar no sofá.
"Guilhermo! Guilhermo, vem bincá!" . "Não quero Madalena...". Quando vês o teu filho assim, maldizes as vezes que o mandaste estar quieto. Fazes tudo para que passe. "O que queres comer?" (Noutros dias seria, tudo o que se põe na mesa é bom para os meninos) "E se for, ovos dos piratas com areia da terra do nunca?" Que é como quem diz ovos com puré de batata e cenoura. "Pode ser mãe!" Direitinha para a cozinha! Hoje tem de sair os melhores ovos que alguém já comeu e o puré de batata mais cremoso, com a cenoura mais doce que consegui encontrar. Hoje a Madalena também se safa à sopa!
São assim os dias da febre. Felizmente já passou e amanhã já retorna à escola!





segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Um dia de chuva, e uma febre chata...

O tempo....

Nos Açores o tempo é assim, nunca sabemos o que vai acontecer. Alertas vermelhos que se transformam em dias de sol, e dias sem alerta que parece que o céu vai desabar. Hoje foi um deste dias, o alerta amarelo apareceu quando o dia já ia a meio. Chuva, vento, mais chuva e um cinzento feio, que escondeu o sol. Aliás, hoje o sol ficou a dormir, 8 minutos para uma viagem de 150 000 000 Km é muito longe.

Os miúdos estão constipados, ficou o Guilherme primeiro. A Madalena como copia tudo que o irmão faz, também nisso não foi excepção. Também está constipada! Tenho dois ranhosos em casa, por isso, ontem foi dia de filme, pipocas e lareira acesa. Ao fim da noite a febre veio fazer uma visita, 37,7. 

Hoje não houve escola para o Guilherme, nada como os mimos da avó Mina para curar qualquer constipação, e mandar a febre embora. 

Lembro de ficar doente em miúda. Ficava com a minha avó em casa, era tão bom. Fazia-me sempre uma açorda e deixava-me dormir o dia todo. Era especial, nós a duas, no sofá, contava-me histórias de antigamente. Falava-me da sua juventude, quando casou com o meu avô, o quanto trabalhou, os bordados que fez, as dificuldades por que passou. Falava-me do sismo, do medo, da fome, da miséria. A felicidade nos bodos, as novenas, o cheiro das faias no S. João. E eu perguntava, perguntava, ávida de respostas.